Informações sobre a toxoplasmose, causas, sintomas, prevenção e tratamento da toxoplasmose, identificando os diversos tipos existentes.


Toxoplasmose

Toxoplasmose é a infecção causada pelo Toxoplasma gondii, um protozoário intracelular obrigatório. Disseminada nas regiões tropical e temperada e nos vários níveis socioeconômicos, é considerada uma das parasitoses mais freqüentes no homem e talvez nos animais homeotérmicos.
No Brasil, sua prevalência varia de 10% a 80%, dependendo da área estudada. O diagnóstico da toxoplasmose é baseado na detecção de anticorpos de diferentes classes de imunoglobulinas (IgG, IgM, IgA e IgE) anti-T. gondii. Apesar de a sorologia ser eficaz em 89,5% das grávidas, há inespecificidade quando se refere à confirmação da infecção no feto e/ou recém-nascido pela influência da imaturidade imunológica. O advento das técnicas automatizadas de diagnóstico sorológico trouxe a realidade de anticorpos residuais, levando a resultados duvidosos e/ou inconclusivos, tornando necessário o uso de métodos parasitológicos, entre os quais se destacam as técnicas de biologia molecular. Entretanto, é muito cedo para determinar uma técnica padrão-ouro diferente da sorologia, pois essa é atualmente a principal abordagem para estabelecer o diagnóstico precoce de toxoplasmose.


Toxoplasmose Gondii e doença humana

A infecção humana pelo Toxoplasma gondii (T. gondii), em sua forma adquirida em pacientes imunocompetentes, é geralmente auto-limitada e assintomática, passando clinicamente despercebida ou ocasionando uma síndrome semelhante à mononucleose.
Em algumas situações, a toxoplasmose adquirida ocasiona lesões oculares, revestindo-se de um caráter mais preocupante.
Duas formas da doença, entretanto, apresentam alta morbidade, suscitando grandes esforços em sua prevenção e tratamento:
  • a toxoplasmose nos imunodeprimidos, em geral conseqüente à reativação de uma infecção latente, que freqüentemente apresenta um quadro clínico grave, com encefalite, lesões oculares ou acometimento generalizado;
  • a toxoplasmose congênita, que ocorre quando a mãe adquire a infecção durante a gestação, podendo causar grave acometimento fetal ou resultar em recém-nascidos assintomáticos, mas ainda com risco de seqüelas tardias.
A toxoplasmose é uma doença ainda hoje negligenciada havendo a necessidade de criação de ações direcionadas à prevenção e controle a curto, médio e longo prazo como programas de educação e saúde pública e a garantia de acesso da comunidade ao diagnóstico e tratamento. É importante ressaltar que nem todas as unidades de saúde estão estruturadas para receber os agravos decorrentes da transmissão congênita, onde existe também o problema da não qualificação de profissionais, mostrando que essa infelizmente é uma doença que está longe de ser extinta do cenário nacional.

Existem 3 principais genótipos de T. Gondii (tipo I, tipo II e tipo III). Estes genótipos diferem em sua patogenicidade e prevalência em pessoas. Na Europa e nos Estados Unidos, o genótipo de tipo II é responsável pela maioria dos casos de toxoplasmose congénita.
T gondii infecta uma grande proporção da população do mundo (talvez um terço), mas normalmente não causa doença clinicamente significativa. No entanto, certos indivíduos estão em alto risco de contrair toxoplasmose grave ou com risco de vida. Os indivíduos em risco de toxoplasmose incluem fetos, recém-nascidos e pacientes com deficiência imunológica.

A toxoplasmose congênita geralmente é uma infecção subclínica. Entre os indivíduos imunodeficientes, Toxoplasmose ocorre mais frequentemente em pessoas com defeitos de imunidade mediada por células T, tais como aqueles que apresentam doenças hematológicas malignas, da medula óssea e transplantes de órgãos sólidos, ou síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA). Na maioria dos indivíduos imunocompetentes, primária ou crônica (latente), a infecção por T gondii é assintomática. Uma pequena porcentagem desses pacientes desenvolvem eventualmente linfadenite ou, raramente, miocardite e polimiosite.