Informações sobre a toxoplasmose, causas, sintomas, prevenção e tratamento da toxoplasmose, identificando os diversos tipos existentes.


Toxoplasmose e gravidez

Certamente que estas palavras tão repetidas nos consultórios médicos já foram ouvidas por milhares de mulheres. Existirão motivos para preocupação? Que cuidados deverá ter a mulher para não colocar a sua gravidez em risco? Ou deverá ela desfazer-se automaticamente do seu gato…? 
A Toxoplasmose é causada pelo organismo Toxoplasma gondii. O gato é o reservatório natural do parasita. Em determinada fase do seu ciclo de vida, o parasita é excretado nas fezes dos felinos, permanecendo nos solos. Os hospedeiros intermediários (porco, carneiro, bovídeos) ingerem os produtos alimentares que nascem desses solos contaminados. A infeção humana resulta do contacto com gatos infetados, do contacto com o solo contaminado, da ingestão de carne crua ou mal passada, da ingestão de leite ou queijo não pasteurizado ou da ingestão de vegetais mal lavados. 
Em geral, a infecção do adulto ocorre de forma assintomática. Quando presentes, os sintomas são pouco graves e inespecíficos, originando um quadro semelhante a um síndrome gripal (por exemplo, febre, fadiga, dores  musculares). Contudo, o principal problema desta infeção resulta da eventualidade dela ocorrer durante a  gravidez e das graves consequências que daí podem advir para o feto. As sequelas da  toxoplasmose congénita podem ser graves e variam com a idade gestacional no momento da infeção. A taxa global de transmissão materno-fetal varia entre 15% no primeiro trimestre de gravidez, com consequências graves para o feto (abortamento espontâneo, morte fetal e graves sequelas neurológicas como surdez, perturbações da  visão e atraso mental) e 40% no terceiro trimestre, com apenas consequências ligeiras para a saúde do feto.
O rastreio da imunidade é realizado através das análises sanguíneas que a grávida vigiada deve efetuar trimestralmente e permite a identificação das grávidas não imunes ou inclusivamente a confirmação do diagnóstico da infeção. Nesta situação, está indicado o início do tratamento no sentido de se tentar evitar a transmissão materno-fetal (prevenção secundária) e minimizar as sequelas da doença (prevenção terciária). 
Contudo, e acima de tudo, o pilar da prevenção da toxoplasmose congénita reside na prevenção primária, ou seja, nos cuidados de higiene que as mulheres  não imunizadas devem ter. Os médicos dos cuidados de saúde primários desempenham um papel essencial na disseminação desses cuidados preventivos.

Idealmente, qualquer mulher em idade fértil deveria efetuar uma consulta de pré-concepção antes de engravidar, a fim de determinar o seu estado de imunidade. Contudo, se por algum motivo não souber se está imune ou não, e estiver grávida, deve tomar todas as precauções possíveis para diminuir o risco de contaminação. 
E não se esqueça… Se tomar todos os cuidados especiais, os gatos não representarão perigo algum.